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  • Foto do escritorAdolpho F. L. Pousa

Mergulho, uma ferramenta de desenvolvimento da zona oeste carioca.


Imagem aérea da Barra de Guaratiba mostrando as casas e a praia.

A Zona Oeste carioca é a maior região do município do Rio de Janeiro, englobando diversas sub-regiões como Campo Grande, Jacarepaguá e Guaratiba. Este artigo focará na área de Barra de Guaratiba, destacando o potencial do mergulho como uma ferramenta de desenvolvimento não apenas para esta localidade, mas para toda a região.


Imagem aérea da Barra de Guaratiba mostrando o manguezal e o início da Restinga da Marambaia

Barra de Guaratiba é frequentemente desconhecida por muitos cariocas, apesar de ser a mais famosa dentro de sua área. Localizada entre manguezais, montanhas cobertas pela Mata Atlântica e o mar, este bairro possui uma beleza natural ímpar que atrai milhares de visitantes anualmente, mas ainda está longe de explorar plenamente seu potencial turístico. Isso se deve, em grande parte, ao histórico esquecimento por parte das autoridades públicas, resultando em problemas como transporte público deficiente, frequentes faltas de água, entre outras mazelas.

 


Imagem aérea da Barra de Guaratiba mostrando a praia cheia e o ponto final do ônibus

Nos últimos dez anos, graças à determinação dos moradores, Barra de Guaratiba tem experimentado um crescimento significativo. Bares, hotéis e restaurantes têm ganhado prestígio, atraindo novos visitantes. E o melhor, este crescimento está apenas começando e o potencial para expansão é imenso.

 

Uma área que ainda está em seus estágios iniciais é o turismo de mergulho. Atualmente, apenas a West Diver, uma escola de mergulho local, oferece mergulhos regulares na região. O que é curioso, já que a Barra de Guaratiba e suas proximidades abrigam dezenas, se não centenas, de pontos de mergulho, incluindo as Ilhas Rasa de Guaratiba, Palmas, Peças, além de locais nas praias do Perigoso, Conchas e na própria praia da Barra de Guaratiba, isso só para citar alguns dos pontos.



Mulher sobre a Pedra do Telégrafo, na Barra de Guaratiba.

Para ilustrar o potencial deste segmento, as atividades relacionadas ao mergulho no Brasil faturaram cerca de R$ 515 milhões em 2010, segundo a Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura (Abeta). Em 2015, o país contava com aproximadamente 180 mil mergulhadores, dos quais 95,3% afirmaram viajar para praticar o mergulho.

 

Foto aérea da praia do Perigoso na Barra de Guaratiba

O mergulho pode trazer novas perspectivas para Barra de Guaratiba. Ao tornar a área mais conhecida, movimentando assim não apenas a economia local, incluindo hospedagem e alimentação, mas também criando novas necessidades como barcos para transporte dos mergulhadores. Inclusive, essas novas fontes de renda podem ser uma das ferramentas para a preservação ambiental, já que diminui a necessidade da comunidade local trabalhar com a exploração extrativista.


Fotos no manguezal da Barra de Guaratiba

Este desenvolvimento econômico deve ser impulsionado pela e para a comunidade local, garantindo que a mão de obra seja local, e que o lucro permaneça na região. Além disso, é importante que uma parte desse lucro seja reinvestido na própria região para preservação ambiental, melhoria da infraestrutura, entre outros.

 

A West Diver já está alinhada com esses objetivos através de projetos como o ECO WEST, que realiza limpezas subaquáticas e promove a conscientização ambiental entre os frequentadores das praias, e o Mergulhadores do Futuro, que visa formar jovens da região até o nível profissional, permitindo-lhes atuar diretamente no mercado de mergulho local.

 

O desenvolvimento da Barra de Guaratiba através do turismo de mergulho representa uma oportunidade única para revitalizar a região, beneficiando a economia local e promovendo a conscientização ambiental. A comunidade tem demonstrado uma incrível capacidade de autossuficiência e inovação, mas para alcançar seu pleno potencial, é crucial o apoio contínuo das autoridades . Com uma abordagem sustentável e comunitária, o mergulho pode se tornar não apenas uma atração turística, mas também um motor de desenvolvimento e conservação para a Zona Oeste carioca.

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